É muito difícil determinar o que é normal e o que é doença.
A adolescência é a fase da vida onde esta dificuldade fica ainda maior.
É uma fase naturalmente agitada, tanto no organismo - pela inundação hormonal-quanto no social e afetivo- pelo surgimento do desejo pelo sexo oposto e as festas de 15 anos.
Há poucos anos, no período da ditadura, existia a cartilha de como educar os filhos :
10 horas da noite em casa, não pode, não deixo, prendo e arrebento, cala a boca e uma surra atrás da outra.
Os pais perguntam uns aos outros como agir com o filho usuário de drogas, com o desorganizado, com o que não quer estudar, com o que está ameaçando suicídio e dezenas de outras situações problemáticas, para as quais não existem regras, exceto a colocação de LIMITES, com bom senso, adequado à cada caso. Tanta competitividade, violência, desigualdade social, insegurança e a falta de credibilidade na justiça, trazem um desgaste e uma angústia a todos,contribuindo para uma maior incidência de
doenças e entre elas a DEPRESSÃO. Com a invasão hormonal do corpo, invasão de desejos na mente e “confusão”social, o adolescente fica particularmente sujeito aos quadros depressivos. Durante muitos anos acreditou-se que crianças e adolescentes não eram afetados por essa doença, mas atualmente sabe-se que eles são tão suscetíveis à depressão, quanto os adultos.
A primeira coisa que temos que aprender, é que depressão é uma doença como qualquer outra e para ela a melhor solução continua sendo o tratamento médico, que na maioria das vezes dá bons resultados; no entanto com frequência os jovens não reconhecem que estão deprimidos e relutam em comunicar a outros, seus sentimentos de tristeza ou falta de esperança.
Reconhecendo a depressão
Se suspeitar que um jovem está deprimido é importante, com muita paciência, carinho e compreensão, estimulá-lo a falar dos seus sentimentos e dos seus sintomas,para esclarecimento dos fatos.
O tratamento poderá ser somente com antidepressivos, ou poderá haver necessidade de outras medidas tais como psicoterapia, terapia familiar, ou outras, dependendo da gravidade do quadro ou da situação.
Uma vez pensada esta possibilidade, é importante falar sobre as soluções. Ficar dando conselhos para mudar o estilo de vida,ou ficar criticando o estilo de vida do deprimido, além de não ajudar a resolver, o empurra mais pra baixo, fazendo-o se sentir mais incompetente e desamparado.
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